Estrutura
Conheça os equipamentos disponíveis no Observatório Ornitológico
Torre de Observação
Equipamento com 13 metros de altura, construído em eucalipto citriodora autoclavado e com capacidade para até 10 pessoas. A ascensão de seus 65 degraus permite paradas em cinco decks intermediários, de onde é possível apreciar diferentes extratos da floresta tropical, incluindo uma multiplicidade de plantas e animais.
Do deck superior, que está acima do dossel da floresta, pode-se visualizar o horizonte a 70km de distância:
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A leste, a cumeeira da Serra do Mar, divisa com o Parque Estadual Serra da Baitaca;
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A oeste, Curitiba e seis municípios limítrofes, além do belíssimo espetáculo do pôr do sol sobre a Serra de São Luiz do Purunã;
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Ao norte, a Serra da Ribeira, próxima à divisa com São Paulo;
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Ao sul, a continuidade da cordilheira da Serra do Mar e uma região em formato de ferradura, local onde nasce o Rio Iraizinho, formador do Rio Iguaçu.
Mesmo no período noturno, a Torre proporciona observações bastante atrativas, a exemplo do nascer da lua cheia, em noites de céu limpo e com ausência da neblina serrana. Para as atividades noturnas, a segurança é ampliada pela iluminação da trilha de acesso.
Veja aqui outras fotografias da Torre de Observação.
Trilhas
Com finalidade de apoio à gestão e à pesquisa, são três traçados que permitem a identificação de áreas de uso de aves, de mamíferos arborícolas (primatas, quatis e outros animais) e terrícolas (cutias, lontras, graxains, entre outros), da herpetofauna (anfíbios), da entomofauna (insetos), além da rica vegetação da Mata Atlântica:
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Trilha dos Xaxins, que leva a um bosque com dezenas de indivíduos de Xaxins (Dicksonia sellowiana e Cyathea phalerata) — alguns com idade estimada em mais de 200 anos. Neste trecho, também é encontrado o curso de um pequeno rio, cujas águas nascem na montanha defronte à sede do Observatório;
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Trilha do Platô, onde se situa o ponto mais alto do Observatório Ornitológico, a 1.107m de altitude. Nesta trilha, pode-se visualizar árvores de grande porte como Cedro-rosa (Cedrela fissilis) e Gramimunha (Weinmannia paulliniifolia) e frutíferas com bom potencial de atração de aves, como Araçá-branco (Psidium longipetiolatum) e Pitangão ou Cambuí-vermelho (Eugenia kleinii);
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Trilha da Nascente, que leva ao ponto onde nasce a água que abastece o Observatório Ornitológico. Sua vazão é de 6 litros por minuto ou 360 litros por hora. Nesta trilha, encontram-se espécies classificadas como em perigo de extinção, como Imbuia (Ocotea porosa) e Canela-sassafrás (Ocotea odorífera).
As duas últimas trilhas conduzem, usando de trajetos de acesso fora do perímetro do Observatório, aos mirantes naturais no alto da Serra da Boa Vista, todos localizados no limite com o Parque Estadual Serra da Baitaca, em áreas públicas à leste. Tais mirantes distam 1.440 metros da casa-sede e deles pode-se avistar:
- Mirante leste: Pico Paraná, Conjunto Marumbi e setor norte da planície litorânea paranaense;
- Mirante sul: Morro do Canal, Mananciais da Serra e montanhas do Parque Nacional Guaricana;
- Mirante norte-oeste: Curitiba e região metropolitana, serras da Ribeira e de São Luiz do Purunã e cordilheira onde se situa o Pico Paraná, ponto culminante da Região Sul do Brasil.
Além das paisagens visualizadas a 1.200m de altitude, o ecossistema altomontano, com matas nebulares, abriga uma avifauna diferenciada das demais formações vegetacionais situadas mais abaixo.
Drone
Para auxiliar a gestão da Reserva Natural e apoiar pesquisas científicas, o Observatório Ornitológico dispõe de um drone de última geração, equipado com sistema de zoom. Esse equipamento também é utilizado para atividades de sobrevoo virtual, permitindo o monitoramento de setores ou regiões mais afastados, nos limites do Observatório, principalmente por pessoas com restrições físicas para percorrer trilhas de maior grau de dificuldade.
O sobrevoo virtual pode ser acompanhado a partir da torre por uma ou mais pessoas, com o uso de óculos-visor (conforme fotografia nesta galeria) ou de um notebook, recursos esses que permitem a visualização de imagens aéreas em alta resolução e em tempo real. Em dias claros, é possível apreciar um mosaico de paisagens naturais ainda intactas, que dão uma boa ideia do trecho paranaense da Grande Reserva Mata Atlântica, incluindo vistas para a planície litorânea, baía de Paranaguá, conjuntos montanhosos do Marumbi e Paraná, além de diversos outros atrativos naturais localizados no Primeiro Planalto.
A aeronave é homologada pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), e a operação das rotas de voo, autorizada pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), órgão subordinado à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Captação e uso de água
O afloramento descoberto numa elevação a sudeste da sede do Observatório foi isolado e protegido com a finalidade de direcionar o fluxo de água e garantir sua integridade e qualidade. A imagem ao lado ilustra a intervenção realizada para proteção da nascente. Foram utilizados cimento e paralelepípedos, para isolamento do afloramento d'água, e edificado um deck com tábuas e corrimãos em eucalipto autoclavado. Ao longo do tempo, a vegetação de musgos — comum nos ecossistemas úmidos da floresta montana — vem recobrindo a estrutura de alvenaria, dando-lhe a aparência de rocha.
A partir da nascente, uma estrutura de dutos com 300 metros de extensão e duas caixas d’água com controle de vazão foram implantadas para abastecer a casa-sede do Observatório Ornitológico, incluindo duas torneiras no seu entorno.
Para o uso humano, a qualidade da água foi analisada em laboratório especializado e certificada como Mineral Fluoretada, pH Neutro. O documento que atesta esta qualidade pode ser visualizado aqui.
Além de atender necessidades humanas, o manejo da água também compõe a gestão da biodiversidade no que tange à presença da fauna. Ao lado da sede, existe um tanque raso, com aproximadamente 12 m2, em que o excedente de água mineral é armazenado para atrair mamíferos, aves e outros grupos de animais. O local pode ser usado por Iraras (Eira barbara), Lontras (Lutra longicaudis), Veados-mateiros (Mazama americana), Cotias (Dasyprocta aguti), Esquilos (Guerlinguetus brasiliensis) e outras espécies terrícolas com hábitos noturnos e/ou crepusculares.
Comedouros e bebedouros para aves
Existem alguns bebedouros artificiais para atração de beija-flores. Também há abrigos (ninhos) e comedouros naturais para atração de aves. Tais equipamentos estão localizados nas imediações da sede do Observatório, e sua instalação foi pensada de modo a causar o menor impacto ambiental possível, no que inclui atenção para não alterar o comportamento das aves. Os comedouros, por exemplo, são feitos com troncos de árvores caídas e se camuflam na vegetação. Neste vídeo, você tem mais informações sobre a construção e instalação deles.
Quanto aos cuidados com a alimentação, uma solução adocicada é mantida fresca nos bebedouros. Nos comedouros, os alimentos são disponibilizados igualmente frescos e se constituem basicamente de sementes e frutos complementares à dieta alimentar das espécies (girassol, banana, mamão e laranja).
A grande maioria das aves costuma visitar os comedouros no início da manhã e no final da tarde, especialmente no período mais frio do ano. É quando a disponibilidade de frutos silvestres fica acentuadamente menor. Nessa época, sobretudo em dias nublados, é comum a presença de bandos de Saíra-lagarta (Tangara desmaresti) e Saíra-sete-cores (Tangara seledon). As aves se aproximam e chegam a beliscar o alimento nas mãos dos visitantes. Às vezes, até adentram a casa para se alimentar.
Além do uso dos comedouros, também há visitas dos chamados bandos mistos. Estes grupos contam com até 25 espécies distintas e são visualizados frequentemente próximos à sede e à Torre de Observação. Há um registro de meados de 2009 quando se visualizou cerca de 50 pássaros juntos! Eram Saíras-lagarta, Saíras-sete-cores e Saíras-militar (Tangara cyanocephala), entre outras espécies, forrageando à margem da rua, próximo ao portão do Observatório.
Casa-sede
O Observatório Ornitológico Nascentes do Iguaçu conta com uma edificação para dar apoio ao trabalho administrativo. Nela, assim como em todo o perímetro e trilhas da Reserva, é possível facilmente captar sinal de operadoras de telefonia móvel em padrão 4G. É uma comodidade que facilita a comunicação por voz e pela internet.
Na parte interna, a casa dispõe de estrutura completa para servir como ponto de apoio para atividades de campo. Tem um dormitório com três camas e uma sala com mesa e quatro cadeiras, que pode ser adaptada para funcionamento como escritório. Mobília, utensílios domésticos e equipamentos de copa permitem a conservação de alimentos e preparo de refeições. No inverno, o fogão à lenha mantém a casa aquecida. A sede conta, ainda, com um sanitário provido de banheira individual e chuveiro elétrico.
No lado externo, uma ampla varanda ao redor da casa pode ser usada para observação de alguns comedouros de aves próximos, inseridos na paisagem florestal.
Guia de aves
Além da estrutura física, o Observatório Ornitológico Nascentes do Iguaçu dispõe de um Guia de Aves próprio. Trata-se de material bastante útil para quem visita o local ou simplesmente o utiliza como fonte de pesquisa.
No guia, estão reunidas informações sobre 108 espécies que ocorrem na área. Em 121 fotografias, a programação visual facilita a leitura dos dados técnicos das aves: nome popular, nome científico, nome em inglês e comprimento médio de cada espécie. O acabamento gráfico tem alto padrão, com fidelidade de cores e gramatura do papel resistente ao manuseio constante durante as saídas de campo.
O guia apresenta ainda uma descrição sucinta do Observatório, os objetivos a que se propõe, recursos naturais nele protegidos e principais equipamentos oferecidos.
Exemplares podem ser adquiridos online em A Loja dos Passarinhos: https://www.alojadospassarinhos.com.br/guia-de-aves-observatorio-ornitologico-nascentes-do-iguacu